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Professor por profissão e idealismo. Discípulo de Jesus, um aprendente...

terça-feira, 27 de maio de 2008

Minha Conversa na Sala de Coordenação com Professores: Por que Acreditar?

Estava passando em frente à Sala de Coordenação, em minha Escola, quando ouvi, alguém afirmando o seguinte (vou chamar de personagem 1, Personagem 2, e assim por diante para não identificar as pessoas presentes àquela conversa):
Personagem 1: Não dá pra aceitar um povo se achar escolhido de Deus e entender que é o melhor, e achar que só o seu Deus é o verdadeiro.
Senti vontade de participar da conversa.. Tomei ares de intruso e entrei.
- Com licença, desculpe-me pela intromissão, mas deixe-me dizer algo.... Nem sempre o que eu acho que é ou quero que seja, vai ser assim de fato, simplesmente porque eu quero que seja assim. Uma coisa é o que penso, outra é o que é de fato, objetivamente.
Personagem 1: Como assim?
Respondo:
Por exemplo: Você pode dizer que não há outros planetas, mas quando você toma um telescópio, você pode constatar que há outros planetas. Essa questão de falar de um povo de Deus pode passar também por isso, ou seja por fé... É necessário entender isso com outro enfoque.
Personagem 1: Ora, veja você: o homem vem da mesma origem. Não dá para dizer que um é melhor que o outro. O homem evolui e a teoria da evolução mostra isso...

Personagem 1 : Sim , o homem evoluiu desde suas origens, desde o macaco.... [ou algo assim...]
Personagem 2: Não se pode dizer que seja exatamente do macaco, é uma seqüência de fatos.
- Evolui de quê? Entendo que o homem foi criado, perfeito e tomou o seu caminho e se desorientou . Acredito no criacionismo [embora com suas implicações filosóficas, mas foi uma forma de me situar na discussão] , isto é, que Deus criou o homem.
Personagem 1: Então, você acredita que houve uma voz: Faça-se o homem.... e o homem foi criado?
Digo: Perfeitamente, não há como pensar em outra coisa, outro processo.
Personagem 1: Mas, colega, a teoria da evolução é clara. Antes, no início, veja aqui neste desenho [e começou a desenhar um par de pequenas lagartas ou larvas... ] – havia, por exemplo, duas pequenas lagartas, uma continuou com suas características, a outra foi evoluindo, evoluindo, adaptou-se ao meio, e veio a constituir a linha de seres que deu origem ao homem. Darwin e mais tarde, Mendel e outros, continuam trabalhando essa idéia. Os fatos são claros ...
-... Conheço essa historia....
Personagem 1: .... Então, veja: os fatos são claros, você não pode contestar essa evidência, não pode negar isso...
Adianto, então:
- Que fatos??? –- Que evidência???
Alguém, algum homem estava lá para ver isso, naquele momento, no momento do surgimento do mundo, algum cientista? Você viu isso?
Como você pode chamar isso de evidência? - pergunto.
Pelo que entendo, evidência é algo que se vê, é um fato. Não é uma mera história. Isso não é uma evidência.
Você acredita no evolucionismo como eu acredito no criacionismo, no fato de Deus ter criado, sim, o homem, o universo, tudo o mais. O Universo e o homem são frutos de uma vontade, de uma vontade pessoal de Deus.
Personagem 1: Não, que é isso?? Você está brincando com a ciência e com o que ela descobre.
Continuo: De jeito nenhum, entendo que a ciência é necessária, e também o conhecimento, mas até a verdadeira epistemologia (ciência do conhecimento) não pode aceitar isso como final. No exterior, as pessoas não aceitam a teoria da evolução como explicação final. Só aqui no Brasil, essa teoria é vista como verdade final. Coisa de gente tupiniquim.... – brinquei.
Personagem 2: Pela filosofia, Deus está presente em tudo, em nós... E nós somos de uma mesma natureza, o que está aí, é aquilo que se pode ver também em outros... E aí, até mesmo geneticamente, somos modificados por aquilo que comemos. Somos da mesma natureza dos objetos ao redor de nós. Por exemplo, se ingeri um vegetal, agora sou também vegetal...
Personagem 1: Sim, mas é isso mesmo... [diz esse colega, satisfeito, me pareceu, por ter sido acrescentada essa nova ilustração à discussão] - poderia ser outra coisa e estar aqui hoje... Eu poderia ser, por exemplo.. uma... uma... fruta!! [Risos e piadas] - Bem, vocês me entenderam... o que quis dizer... fui apenas infeliz nesse exemplo, talvez.
Comento: Bem, você [dirigindo-me à colega anterior que começou a citar exemplos filosóficos modernos...] quer dizer que ingeriu substâncias alimentares e orgânicas do vegetal, mas dizer que você é um vegetal, aí, é outra coisa...
Agora, entre ser alguém e ser uma fruta... tem muita diferença, não??
[alguns risos...]
Bem vocês estão apelando para o panteísmo e conclusões decorrentes dele... pois para essa corrente filosófica tudo é Deus e Deus é tudo ou está em tudo, algo assim.
Não posso concordar com isso. O homem não tem a mesma natureza de um animal nem é uma pedra.
Personagem 1: Por que não?
-Porque temos uma necessidade de significado e de sentido para a vida, um objetivo, um anseio, que uma pedra simplesmente não tem.
Se assim o fosse, não precisaria me preocupar com nada... nem com o respeito ao outro. Alguém poderia, por exemplo, pegar uma pedra e jogar em você, e não faria nenhuma diferença, se deixasse ou não de fazer isso. Assim, o homem, por exemplo, é diferente de uma pedra, pois esta não sente e o homem sente, sim.
Personagem 1: Por que você diz isso?
Respondo:
Ora, essa é a conclusão lógica dos seus pressupostos científicos e filosóficos que você me apresenta.
Professor 3: Como você pode dizer que um ser humano sente e uma pedra não sente?
Continuo:
Bem, nunca vi uma pedra reclamar de nada. Você já viu??? [silêncio...]
Personagem 2: Nietzsche dizia isso... [cita várias coisas...] e que a religião serve para justificar a fraqueza dos homens, aquilo que não consegue fazer.
Digo: Nietzsche foi um desesperado.
Personagem 1: Por que você disso de Nietzsche?
Respondo: Por que ele não encontrou o que procurava, não encontrou o equilíbrio, não teve esperança. A maioria dos filósofos, senão todos, procuravam respostas para a vida dentro de um círculo de racionalidade e não encontrou. E filosofia não deixa de ser isso, até dá pra entender que é a busca de respostas para problemas. Porém, nem todos os problemas têm resposta na filosofia. Mas justamente por causa dessa impossibilidade, muitos filósofos abandonaram a expectativa de encontrar uma esperança.
Personagem 2: Pois é os filósofos já diziam que o conhecimento é um processo.
Acrescento: sim, e é um processo interno. Assim, como Sócrates disse que o homem deve conhecer-se a si mesmo, e esse é o início de todo o conhecimento, Cristo também mostrou que o homem precisa conhecer-se, e mais que isso, precisa de uma mudança interna, a que Ele vai chamar de transformação ou arrependimento.

E aí, vêm outras perguntas, para testar, quem sabe, a paciência:
Personagem 1: Mas você não acha que existem também outros seres, ao lado do homem, no universo... ou você pensa que tudo isso aqui é só do homem?
Pensei rápido, e disse comigo mesmo: “não vou entrar nessa, pois essa é uma discussão interminável... vou deixar esse aspecto para outra hora... penso que por enquanto isso é o bastante...”. E disse:
- Sim, eu acho que existem outros seres, sim... e fiquei esperando que me perguntassem quais. Fiquei esperando e pergunta não veio. Entendi que deveria deixar assim, mas se viesse a pergunta, eu ia dizer: “Está cheio de seres invisíveis aí pelo espaço, que eu chamo de anjos... e há vários deles...” . Bem, isso poderia render muito mais.
Aguardei... e então:

Personagem 1: Pois é, eu acho terrível a idéia de alguém dizer: “Só o meu Deus salva, ou só nesse Deus alguém pode ter salvação”.
Personagem 2: É... eu também penso que não dá para alguém afirmar isso. Nem de dizer que já é salvo.
Essa já era uma outra idéia que entrava na discussão, não menos importante, mas também não me prendi à discussão desse quesito. Entendi que isso poderia ficar para uma outra hora, para entrar em detalhamentos, mas adiantei:
- Cuidado! Vocês não podem deixar que algo ou esses pensamentos tomem a mente de vocês lhes e tire uma oportunidade e os atrapalhem a experimentarem uma outra realidade. As coisas existem, há uma outra realidade a que o homem não pode ter acesso de uma só vez, nem só racionalmente. Shakespeare já dizia: há mistérios entre os céus e a terra que o homem não pode conhecer... – acrescentei, já que estavam sendo citados aspectos de filosofia.
Nisso, outra intervenção:
Personagem 3: Saulo, mas você pensa que o homem é o ser mais inteligente e o mais importante do planeta?
Respondi: Bem, depende de que ótica, de que ponto de vista você está perguntando. Em relação a quê? O homem é o mais inteligente. Por exemplo, o homem pode encarar animais maiores que ele, como o elefante, o leão etc. Ele tem como fazê-lo.
Personagem 3: E no mar, por exemplo... a baleia e outros animais?? Como você vê isso? Você acha que ele tem domínio sobre esses animais?
Respondi: Sim, o homem já domina algumas técnicas para se mover no mar.
Personagem 1: Não totalmente, ele não consegue ir até maiores profundidades. Só consegue ir até um certo ponto. Ele é limitado...
Continuo: Bem, aí você já está falando de aspectos que envolvem ambientes, ecossistemas, de um habitat natural de cada animal. Se você pega, por exemplo, o homem e o coloca no mar, ele pode não sobreviver em todas as circunstâncias.
Mas pegue, por exemplo, um animal marinho, um dos maiores, a baleia, um tubarão, e traga-o para a terra; também não vai sobreviver...
Cada um tem o seu habitat natural e o seu modo de vida.
Personagem 3: É, de fato, aí você tem razão... [sorrisos...}
Despedi-me dos colegas, e disse: obrigado pelo debate, foi muito bom. Outros acrescentaram:
É muito bom a gente conversar, nesse nível, discutindo e trocando idéias.


POST SCRIPTUM: MEU MANIFESTO

Gostaria de ressaltar que, após tudo isso, aquilo em que acredito. Creio que Deus é o criador de todo o universo e também aquele que criou o homem, “à sua imagem e semelhança” (Gênesis 1:26), mas o homem tomou o seu caminho e errou, transgrediu e desviou-se de todo o bem que lhe estava destinado. Acredito que Deus criara o homem para que este pudesse ter total estado de graça e felicidade junto com Deus. Assim, de nada adiantaria ao homem, decaído, propiciar o seu próprio resgate, pois se encontrava num estado de penúria e lástima, e todos os homens “pecaram e carecem da graça de Deus” (Romanos 3.23) e da sua presença, pois criou-se, assim, uma situação de distanciamento e sofrimento próprio, e pode-se ver, ainda nesse contexto, a afirmação de que “o salário do pecado é a morte” (Romanos 6:23), não a morte física, simplesmente, que já é um dos resultados da transgressão e do pecado do homem, mas a morte como separação de Deus para sempre.
Por isso, Deus já tinha preparado uma solução para resolver o problema. Enviou o seu próprio Filho, Jesus Cristo, que sendo Deus, porque era da mesma natureza do Pai, e estava com o Pai, veio à Terra, Ele era a Luz, o “Verbo” comunicativo de Deus, (S. João 1.1), e veio trazer do conhecimento de Deus, e mostrar ao homem “um novo e vivo caminho” (Hebreus 10.20).
Este mesmo Jesus Cristo, “subsistindo em forma de Deus, não considerou o ser igual a Deus, algo em que se devia apegar, antes a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo [servindo], tornando-se em semelhança de homens; reconhecido em figura humana, a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até à morte e morte de cruz” (Filipenses 2.6-8). Isso Jesus mostrou enquanto esteve na Terra, glorificando a Deus, fazendo somente a vontade do Pai, deixando a oportunidade de viver como um Deus, mas vivendo, sim, como um simples homem, enfrentando os mesmos problemas e dificuldades e tentações, e procurando cumprir toda a Lei e todas as determinações de Deus para o homem. Por isso é dito: “Porque não temos sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; antes, foi ele tentado em todas as coisas, à nossa semelhança, mas sem pecado” (Hebreus 4.15), e também:
“Por isso mesmo, convinha que, em todas as coisas, se tornasse semelhante aos irmãos, para ser misericordioso e fiel sumo sacerdote nas coisas referentes a Deus e para fazer propiciação pelos pecados do povo” (Hebreus 2.17). Dele, de Jesus cristo, também é dito que “não cometeu pecado, nem na sua boca se achou engano” (I Pedro 2.22).
Jesus Cristo, foi, então, a propiciação, o sacrifício vivo, de Deus, oferecido ao próprio Deus, para reparar o mal do homem. Jamais se pode dizer que Deus é injusto. Deus mesmo providenciou a reparação ao erro do homem, quando esse mesmo homem devia morrer e pagar pelos seus próprios pecados, por ter transgredido a Lei Moral de Deus, Lei essa que rege todas as coisas do Universo. Basta ver que, hoje, todas as coisas fugiram do seu curso natural: A Terra, o Universo, o Meio Ambiente, se acham em degeneração; o ecossistema todo padece, pois o homem na sua natureza perversa contamina tudo, seja intencionalmente ou não. Assim, a própria Ciência já percebeu que o dano é irreversível, conquanto tenta propor paliativos para remediar toda a crise. A Bíblia já diz isso de há muito tempo:
“Porque a ardente expectação da criatura espera a manifestação dos filhos de Deus. Porque a criação ficou sujeita à vaidade, não por sua vontade, mas por causa do que a sujeitou , na esperança de que também a mesma criatura será libertada da servidão da corrupção, para a liberdade da glória dos filhos de Deus. Porque sabemos que toda a criação geme e está juntamente com dores de parto até agora. (Romanos. 8.19-22).
Jesus Cristo morreu, pagou, na cruz, o cruz, o pecado do homem. Ressuscitou ao terceiro dia, e, ressurreto, subiu aos céus e prepara-nos habitação, à todos aqueles que crêem nessa obra de redenção do homem.

Ora, Deus procura, já, no presente, estabelecer um Reino, com muitos filhos, semelhantes, em tudo a Jesus, com os princípios das bem-aventuranças, de pessoas que aceitem viver de acordo com essa vontade, em que Jesus Cristo seja o Primogênito dentre muitos irmãos,para Glória de Deus (Romanos 8.29), e que entenda que é necessário um novo nascimento, da água e do espírito (ou seja: adquire-se uma nova natureza espiritual e com propósitos – João 3.3 e 3.5).
Impossível?
Todos são chamados a buscar e a encontrar. É algo sobrenatural:
“Pedi e dar-se-vos-á; buscai, e achareis; batei e abrir-se-lhe-á” (Lucas 11.9-13).

Saulo A. Ferreira
Maio/2008

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