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Professor por profissão e idealismo. Discípulo de Jesus, um aprendente...

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Texto Artistas e intelectuais lembram 1989

Reproduzo reportagem de Gilberto Maringoni, publicada no sítio Carta Maior:

Chico Buarque avisou que não falaria. Brincava: viera como papagaio de pirata ao ato de apoio de artistas e intelectuais à candidatura de Dilma Rousseff, no teatro Casa Grande, Rio de Janeiro, na noite de segunda (18). Mas acabou caindo em uma provocação de Leonardo Boff e fez um brevíssimo discurso, que já está em todos os sáites, blogues e tuíteres pela rede:

“Venho aqui reiterar meu apoio entusiasmado à campanha da Dilma, essa mulher de fibra, que já passou por tudo, não tem medo de nada. Vai herdar o senso de justiça social, um marco do governo Lula, um governo que não corteja os poderosos de sempre, não despreza os sem-terra, os professores e os garis”.


Emendou com um parágrafo: “A forma de Lula governar é diferente. O Brasil que queremos não fala fino com Washington e nem grosso com Bolívia e Paraguai. Por isso, é ouvido e respeitado no mundo todo”.

E brincou: “Nunca antes na História desse país houve algo assim".

Aplausos, risos e charangas.

“É Dilma, é Dilma sim/ porque eu não penso só em mim!”

Final de campeonato

O clima era de final de campeonato, com bandeiras e agitação, como há muito as campanhas não exibiam.

É provável que um palco tão amplo e representativo do mundo da cultura no Brasil só tenha paralelo com a rede de apoiadores da campanha Lula de 1989. Quase duas mil pessoas lotaram platéia, corredores, mezaninos, hall de entrada e a calçada da casa de espetáculos, enquanto uma chuva intermitente desabava sobre a cidade. No palco, entre outros, estavam Oscar Niemeyer, Chico Buarque, Rosemary, Alcione, Ziraldo, Fernando Morais, Elba Ramalho, Renato Borgehetti, Yamandu Costa, Hugo Carvana, Leci Brandão, Alceu Valença, Paulo Betti, Marco Aurélio Garcia, Chico César, João Pedro Stédile, Antonio Grassi, Sergio Mamberti e muitos outros.

O sociólogo Emir Sader, um dos organizadores, sintetizou: “Este é um ato daqueles que votaram e apoiaram diferentes candidatos no primeiro turno e que se reúnem para defender conquistas. O outro lado representa o caminho do obscurantismo”.


Para a professora de Filosofia Marilena Chauí, aquela era uma sagração da democracia. Do alto da tribuna, puxou da bolsa o panfleto da campanha José Serra, no qual estava escrito “Jesus é a verdade e a fé”. Sem titubear, emendou: “Este folheto é obsceno; obsceno religiosa e politicamente. Ele ataca o núcleo da democracia republicana, que é o Estado laico”. Em meio a aplausos, finalizou: “A minha geração viu um negro na presidência da África do Sul, um índio na presidência da Bolívia, um negro presidente dos Estados Unidos, um operário dirigindo o Brasil e verá uma mulher presidir o nosso país”.

Motivações

Uma das grandes motivações do ato foi a ofensiva midiática fundamentalista que tomou conta da reta final da campanha eleitoral, aproveitando-se de erros e tropeços da candidatura Dilma. De uma disputa que aparentava ser um passeio para o governo, existe agora uma batalha voto a voto, que toma conta de setores de esquerda e mesmo daqueles que se desiludiram com a ação oficial e saíram em busca de uma terceira via no primeiro turno.

No Casa Grande, a convergência era o tom. Lia de Itamaracá levantou a platéia ao entoar “Essa ciranda quem me deu foi Lia, que mora na ilha de Itamaracá”. Não era um ato propriamente, era uma celebração.

Aproveitando o clima, Beth Carvalho parodiou o sucesso de Zeca Pagodinho, cantando: “Deixa a Dilma me levar/ Dilma leva eu, Dilma leva eu (...)/ Sou feliz e agradeço/ Por tudo o que você me fez”.

Leonardo Boff era talvez a expressão maior do caráter plural do ato. Apoiador de Marina Silva, ele optou por Dilma no segundo turno e pronunciou um emocionado discurso de 25 minutos. “Se com Lula, a esperança venceu o medo”, lembrou, “com Dilma, a verdade vai vencer a mentira”. Para Boff, esta eleição é mais do que o confronto entre dois candidatos, representa o confronto entre duas idéias de Brasil. “Se a oposição ganhar, teremos imensos retrocessos”. E com palavras duras, sintetizou o clima do país: “O que as classes dominantes não permitem é que um filho da pobreza, um peão como Lula, chegue à presidência. Gostariam que Lula ficasse na fábrica, produzindo para eles”.

Antes da fala de Dilma, foi lido o poema Os filhos da paixão, de Pedro Tierra, sob silêncio absoluto. Um de seus trechos diz:

“Queremos um país onde não se matem as crianças/ que escaparam do frio, da fome, da cola de sapateiro./ Onde os filhos da margem tenham direito à terra,/ ao trabalho, ao pão, ao canto, à dança,/ às histórias que povoam nossa imaginação, às raízes da nossa alegria”.

Dilma fala

O cenário estava pronto. Anunciada como futura Presidente da República Federativa do Brasil, Dilma falou por 37 minutos. Para quem a viu nervosa e tensa no dia anterior, no debate da Rede TV!, ali estava outra pessoa. À vontade, com a palavra fluindo fácil, a candidata percorreu temas complexos, como política energética, relações internacionais, alocação de recursos, papel do Estado, educação, cultura, saúde e outros com desenvoltura.

Começou falando: “Vejo aqui um pedaço de minha vida. As músicas de minha juventude, os livros que li em vários tempos. Vejo aqui muitos que lutaram em décadas antigas”. Lembrou dos anos iniciais de sua militância, da prisão e das opções feitas. “Comecei a sonhar nos anos 1960. Era um sonho de um Brasil que tinha de mudar, um Brasil que tinha de ser diferente. Sonhamos revoluções e aprendemos a perder. Quem perde adquire uma imensa capacidade de resistir. Eu me formei na vida política perdendo. Tenho muito orgulho de minhas derrotas. Foram derrotas de uma vida correta”.

A certa altura, voltou-se para temas concretos. Lembrou mais uma vez que o governo FHC queria mudar o nome da Petrobras para Petrobrax. Esmiuçou os modelos de exploração da riqueza subterrânea. “O governo passado preferiu um modelo conhecido como concessão. Quem encontrasse o óleo, era seu dono. Manter o modelo anterior significa privatizar o pré-sal!”

Ao mencionar a importância do desenvolvimento, recuperou uma idéia cara aos economistas heterodoxos: “Nós mudamos alguns tabus. O principal deles é de que o país não poderia crescer distribuindo renda. Hoje isso parece óbvio, mas nunca foi óbvio. Por trás desse tabu está uma visão mercantil do Brasil. Uma visão que incorpora uma parte da população nos benefícios da modernidade e pouco se importa com a outra parte”. Para ela, esta é a distinção entre sua candidatura e a dos adversários. “Não podemos aplicar no Brasil teorias de outros países que nem mesmo eles aplicam em casa”.

Ao desenhar o futuro do Brasil, Dilma afirmou: “Nós seremos uma nação desenvolvida. Mas não queremos ser os Estados Unidos da América do Sul, onde uma grande parte da população negra está na cadeia e uma parte da população branca pobre mora em trailers e não tem acesso às condições fundamentais de sobrevivência digna. Por isso nós somos hoje respeitados no mundo. E vamos ser mais, pois ninguém respeita um país que deixa parte de seu povo na miséria”.

No fim do ato, a chuva havia parado. Apesar do entusiasmo, todos ali sabem de uma coisa: ainda há ainda muita campanha pela frente até 31 de outubro.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Reflexão sobre eleições, Dilma ou Serra - e o posicionamento cristão e bíblico.

Particularmente, estou muito preocupado - e digo com muita sinceridade e temor, e, ainda respeito - com a onda tendencialista,de alguns pastores e líderes, que têm tomado posição nesse sentido, denunciando algumas "iniquidades", como se fosse possível, neste mundo separar o joio do trigo, sobre o que o próprio Jesus alertou que não seria possível. Se assim o fosse, poderíamos nos salvar aqui, e não precisaríamos de aguardar a segunda vinda de Cristo.
Outro senão, é que esse tipo de posicionamento redunda em posições de estreitamento racional, e não nos deixa ter uma mente transformada como é dito em Romanos 1.1 e 2.
Espero, sinceramente, que irmãos tratem irmãos como irmãos, e entendam que o fato de alguns tomarem decisões e posições diferenciadas das suas, nesse mundo presente, não vai, de forma alguma, diminuí-los, tornando-os anátemas, ou coisa assim.
Sinto-me muito decepcionado, pelo fato de que essas posições de pessoas de comportamento tenebroso como o foi na época de Collor, estejam voltando, com forma de piedade, e de profunda santidade, o que seria condenado de pronto pelo apóstolo Paulo, pela diversidade dos temas em suas Cartas, conforme se pode ver no texto abaixo.
Conclamaria a todos a pensar por si, e não simplesmente por áudios e vídeos difamadores, pretextando uma altíssima autoridade, quando a maior autoridade é a bíblica, vindo depois, a opinião e o aconselhamento pastoral, mas essa, de forma alguma isolada, como está ocorrendo atualmente.
Não tenho dúvida: toda opinião emitida por uma pessoa constituída de autoridade na igreja, vai soar de forma clara, como uma influência sem que o outro tenha, no mínimo, nesse caso, possibilidade de pensar por si, pois essa influência, pelo que já percebi, atua de maneira a não deixar espaço para reflexão.
Ora, isso nada mais é que um manipulação de ideias. E não posso concordar com esse tipo puro de direcionamento, de coisas que a Bíblia não nos autoriza a fazer, que é uma espécie de prognóstico, ou adivinhação, ou ainda uma "escatologia política" - ou algo muito próximo disso - e os três, com base bíblica, poderia dizer, são todos condenáveis por Deus.
Veja bem, circulou, a passos largos, pela internet, um boato (mentira) de que Dilma Roussef teria dito que "nem Cristo tiraria essa eleição dela" -lancei essa frase, tal como está, no Google, e, como resultado não achei nada dizendo que foi publicado pelo Jornal tal e tal... Não.... aliás, achei, sim, um link que me redirecionou para o YouTube, para um vídeo, mal feito, tentando tirar da boca da candidata, palavras que a incriminasse, também com legendas muito mal feitas, e que não diziam nada.
Enviaram-me um link de um blog católico, que tentava denunciar que a mesma candidata era a favor do aborto, colocando, ao lado da foto dela, uma criança que eles, os responsáveis pelo tal blog, esquartejaram para esse fim - desculpe o trocadilho, mas a foto foi toda manipulada mesmo, para se colocar um pedaço da criança em cada canto.
Estou triste, demasiadamente, por ver que os cristãos atuais não são como os de Bereia, que iam verificar se os fatos eram realmente assim...
Não sei se alguns vão ficar escandalizados com o que estou dizendo aqui, mas nos meus 34 anos de caminhada cristã, sempre abominei essa prática da necessidade de mentir e de inventar situações para convencer aos outros de que candidato A ou B tem parte com o diabo ou não....
Não estamos num mundo restaurado ou de arrebatados...
E acho, num certo sentido, não refletido o fato de dizerem alguns que não querem se compactuar com a iniquidade. Tudo bem - é até louvável. Mas tal postura não reflete a mesma sensibilidade pelo fato de que, por 500 anos, o Brasil tenha sido liderado pelos "grandes" e pelos políticos tradicionais com diplomas em Sorbonne, e tenham até hoje, submetido o País à continuidade da extrema pobreza, das doenças, da falta de hospitais, da falta de educação, e da falta de dignidade da pessoa humana, só para citar alguns aspectos - E isso também, não é iniquidade???
Como tais práticas poderiam ser classificadas, então???

Não conheço outra terminologia para categorizá-las...

Não há como fugir disso: toda posição no campo político direciona, inevitavelmente, o ouvinte ou o leitor para uma única posição. Até o que estou escrevendo define minha posição - somente que tenho que me esforçar em não forjar mentiras para manipular o outro, mas, ao mesmo tempo devo dizer - você procure ler, conhecer, debater mais - conheça as posições, as ideias, discuta com outros.. E isso não é o que palestrantes dos vídeos fazem. Você poderia argumentar – é.. mas estão falando da Bíblia. Eu digo: Não, não estão. Usaram um ou dois versículos como pretexto, fugiram do texto e nunca mais voltaram ao texto.... então, não é um estudo bíblico ou uma palavra que venha da parte de Deus.
Isso é uma ideologia partidária. Não consigo aceitar, me perdoem...

Ademais, vejam bem: já vivemos isso em períodos negros, de mentiras e perseguições políticas, seja em período da ditadura, seja em períodos de campanhas políticas, como já citei, a de 1989, que resultou no que já conhecemos da História.
Também essa prática de fazer terrorismo com questões que possam acontecer não tem base bíblica. Qualquer cristão, pastor líder, ou mesmo um cientista político, e que tenha um mínimo de esclarecimento, não vai aceitar essa prática como algo lícito - achar que um candidato é de Deus e o outro é do Diabo.
Já vai longe essa tendência - outra anomalia tupiniquim - de relacionar o governo atual com práticas socialistas, com Cuba, com a antiga Rússia - por favor, parem de menosprezar a inteligência, minha, dos demais irmãos, dos jovens e demais pessoas...
Estamos vivendo períodos de torpor, no sentido de criarem objetos de dissimulação da verdade - aí, sim, está uma prática que não vou aceitar de maneira nenhuma.
Meu voto não terá esse direcionamento, quero deixar claro, e esperar respeito, por não querer seguir pressões e patrulhamentos ideológicos, nem querer me submeter a tal tortura. Esta liberdade me é dada pela Palavra de Deus e pela Constituição Federal (artigo 5º e outros....)
Conclamo: Se receberem alguma coisa, leiam, pesquisem - o Google está aí para isso... Discutam com outros, conversem com várias pessoas. É assim que se forma opiniões.
Desculpem, outra questão, a que têm se referido muito, é a de fazerem referência a que, no governo atual, tem se buscado restringir a liberdade de imprensa.
Também não é verdade. A verdade é outra: é que não se deve acreditar tanto na imprensa como se acredita. Lembram-se, que no final do governo de FHC, a revista Veja estampava a moeda de 1 Real, sempre remendada... e agora, quer fazer acreditar que a política anterior é que era boa, sempre fazendo essas comparações? Veja está sendo, no mínimo, incoerente...
Bem, temos à frente dois candidatos. o certo, entendo, não é que algum pastor ou líder faça um "estudo" e dê todas as características daquele em que ele, por certo não votaria, e dizer simplesmente algo assim: "é muito perigoso", mas você vote no seu candidato, no que achar melhor...
Eu diria: Olhe, há, no mínimo, duas tendências, uma que entende que se deve fazer mais pelo social, com assistência social, e chama isso de distribuição de rendas; a outra, acredita na tese do chamado Estado mínimo, e é a favor de algumas privatizações, e de investir o mínimo do Estado para políticas públicas, ou, pelo menos, de forma, gradativa, reduzir as despesas do Estado na área social.

Evidentemente que isso é apenas um exemplo, essa lista pode e deve ser ampliada, com aspectos objetivos de cada um dos candidatos e da candidatura.

Com base nisso, cada eleitor, poderia pensar o que é melhor para si e para o País e definir seu voto.
Faço isso, com o firme propósito de que deixemos de ter uma postura de terroristas, altamente tendenciosa e de manipulação, não deixando espaço para reflexão e decisão, tão necessárias neste momento.
Continuarei respeitando as posições diferentes da minha, e espero, também que minha decisão seja, igualmente, respeitada.
Ressalto que minha posição, assim como a de muitos que, porventura, resolver votar em Dilma Roussef, não está baseado num estado de ignorância, de burrice, alienação ou qualquer outro epíteto dessa natureza.
Aprendi sempre a procurar respeitar as opiniões contrárias, ainda que possa divergir delas, mas buscar sempre manter o respeito.
Não me interessa o passado pré-histórico de infância ou juvenil de alguém. Todos têm direito à mudança, desde que tomem posição e permaneçam nela, essa é a definição de perseverança, e se aplica, inclusive a quem se converteu ao verdadeiro cristianismo.
Desejo que, nesse segundo turno, tenhamos uma campanha mais pacífica, democrática, de posições reais de candidatos - pois se continuarmos nesse caminho - e com a contribuição e prática, que nós, cristãos, estamos proporcionando - com certeza, com nossa contribuição, a campanha será do mais profundo "baixo nível".

Com esperança, e em Cristo,

Saulo A. Ferreira.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

"Cansei...Basta"! Vou votar no Serra, do PSDB. - Vejam se entendem...

Cansei de ir ao supermercado e encontrá-lo cheio. O alimento está barato demais. O salário dos pobres aumentou, e qualquer um agora se mete a comprar, carne, queijo, presunto, hambúrguer e iogurte.
Cansei dos bares e restaurantes lotados nos fins de semana. Se sobra algum, a gentalha toda vai para a noite. Cansei dessa demagogia.
Cansei de ir em Shopping e ver a pobreza comprando e desfilando com seus celulares.
O governo reduziu os impostos para os computadores. A Internet virou coisa de qualquer um. Pode? Até o filho da manicure, pedreiro, catador de papel, agora navega...
Cansei dos estacionamentos sem vaga. Com essa coisa de juro baixo, todo mundo tem carro, até a minha empregada. " É uma vergonha! ", como dizia o Boris Casoy. Com o Serra os congestionamentos vão acabar, porque como em S.Paulo, vai instalar postos de pedágio nas estradas brasileiras a cada 35 km e cobrar caro.
Cansei da moda banalizada. Agora, qualquer um pode botar uma confecção. Tem até crédito oferecido pelo governo. O que era exclusivo da Oscar Freire, agora, se vende até no camelô da 25 de Março e no Braz.
Vergonha, vergonha, vergonha...
Cansei de ir em banco e ver aquela fila de idosos no Caixa Preferencial, todos trabalhando de office-boys.
Cansei dessa coisa de biodiesel, de agricultura familiar. O caseiro do meu sítio agora virou "empreendedor" no Nordeste. Pode? Cansei dessa coisa assistencialista de Bolsa Família. Esse dinheiro poderia ser utilizado para abater a dívida dos empresários de comunicação (Globo, SBT, Band, RedeTV, CNT, Fôlha SP, Estadão, etc.). A coitada da "Veja" passando dificuldade e esse governo alimentando gabiru em Pernambuco. É o fim do mundo.
Cansei dessa história de PROUNI, que botou esses tipinhos, sem berço, na universidade. Até índio, agora, vira médico e advogado. É um desrespeito... Meus filhos, que foram bem criados, precisam conviver e competir com essa raça.
Cansei dessa história de Luz para Todos. Os capiaus, agora, vão assistir TV até tarde. E, lógico, vão acordar ao meio-dia. Quem vai cuidar da lavoura do Brasil? Diga aí, seu Lula...
Cansei dessa história de facilitar a construção e a compra da casa própria (73% da população, hoje, tem casa própria, segundo pesquisas recentes do IBGE). E os coitados que vivem de cobrar aluguéis? O que será deles? Cansei dessa palhaçada da desvalorização do dólar. Agora, qualquer um tem MP3, celular e câmera digital. Qualquer umazinha, aqui do prédio, pode pagar uma passagem de avião e passar férias até no Exterior. É o fim...
Vou votar no Serra. Cansei, vou votar no Serra, porque quero de volta as emoções fortes do governo de FHC, quero investir no dólar em disparada e aproveitar a inflação. Investir em ações de Estatais quase de graça e vender com altos lucros. Chega dessa baboseria politicamente correta, dessa hipocrisia de cooperação. O motor da vida é a disputa, o risco... Quem pode, pode, quem não pode, se sacode. Tenho culpa eu, se meu pai era mais esperto que os outros para ganhar dinheiro comprando ações de Estatais quase de graça? Eles que vão trabalhar, vagabundos, porque no capitalismo vence quem tem mais competência. É o único jeito de organizar a sociedade, de mostrar quem é superior e quem é inferior.
Eu ia anular, mas cansei. Basta! Vou votar no Serra. Quero ver essa gentalha no lugar que lhe é devido. Quero minha felicidade de volta.”

[Esse texto é de natureza figurada; uma ironia, portanto!]
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Comentários:

- o que os olhos não vêem... a exclusão não sente...

(Só pros devagar... Ironia é o nome disso..)

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Resposta de uma professora à crítica descabida de Veja

Ótimo texto
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- Acrescento que, até mesmo em Brasília, na Capital Federal, ainda não se permitiu que os professores pudessem usar uma planilha eletrônica, tão bem elaborada atingindo os melhores resultados, com lançamentos de notas, faltas, totais desses, e até média com arredondamento, elaborada em um planilha de excel... e isso já foi feito por professores de várias escolas.. A instituição deu preferência pelo trabalho manual, utilzando-se de pequena calculadora, não menos arcaica!
É importante também destacar a educação familiar, numa modernidade em que é crime educar e disciplinar filhos, eles que ainda nada sabem, são quem, segundo os novíssimos filósofos, devem decidir sobre qual é o melhro caminho! Santa Ignorância...
Assim, faz muita falta uma varinha, que não machuca ninguém em casa, para que nossos filhos saibam que, para tudo há limites, e possa ouvir e atender os professores...Se não conseguem ouvir os pais em casa, vão saber ou querer ouvir os professores???
As crianças de hoje estão entregues à sua própria direção em casa, têm sua própria motivação e desafeição, assim, na escola, jamais atendem à nenhuma outra motivação, senão àquela que recebem em casa.
Penso que governantes, de um modo geral, e educadores deveriam conscientizar os pais e mães de famílias sobre esse grave problema. tal atitude significaria grande prevenção social e significaria, também, grande economia de verbas públicas na Segurança Pública, que teria muito menos questões de convulsão social e marginalidade a resolver...
Jornalista tem cada uma - fazer reportagem é fácil, vá atuar na área que estão criticando!!!
Desculpem o preâmbulo e boa leitura...
(Saulo Ferreira)
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Leiam a resposta de uma professora do Paraná a reportagem da revista Veja sobre a educação no Brasil.

Abaixo cópia da carta escrita por uma professora que trabalha no Colegio Estadual Julio Mesquita,
à revista Veja.

RESPOSTA À REVISTA VEJA


Sou professora do Estado do Paraná e fiquei indignada com
a reportagem da jornalista Roberta de Abreu Lima “Aula Cronometrada”.
É com grande pesar que vejo quão distante estão seus argumentos sobre
as causas do mau desempenho escolar com as VERDADEIRAS razões que
geram este panorama desalentador.
Não há necessidade de cronômetros, nem de especialistas
para diagnosticar as falhas da educação. Há necessidade de todos os
que pensam que: “os professores é que são incapazes de atrair a
atenção de alunos repletos de estímulos e inseridos na era digital”
entrem numa sala de aula e observem a realidade brasileira. Que alunos
são esses “repletos de estímulos” que muitas vezes não têm o que comer
em suas casas, quanto mais inseridos na era digital? Em que pais de
famílias oriundas da pobreza trabalham tanto que não têm como
acompanhar os filhos em suas atividades escolares, e pior em
orientá-los para a vida? Isso sem falar nas famílias impregnadas pelas
drogas e destruídas pela ignorância e violência, causas essas que
infelizmente são trazidas para dentro da maioria das escolas
brasileiras. Está na hora deos professores se rebelarem contra as
acusações que lhes são impostas. Problemas da sociedade deverão ser
resolvidos pela sociedade e não somente pela escola.

Não gosto de comparar épocas, mas quando penso na minha
infância, onde pai e mãe, tios e avós estavam presentes e quando era
inadmissível faltar com o respeito aos mais velhos, quanto mais aos
professores e não cumprir as obrigações fossem escolares ou
simplesmente caseiras, faço comparações com os alunos de hoje
“repletos de estímulos”. Estímulos de quê? De passar o dia na rua,
não fazer as tarefas, ficar em frente ao computador, alguns até altas
horas da noite??? (quando o têm), brincando no Orkut, ou o que é ainda
pior envolvidos nas drogas. Sem disciplina seguem perdidos na vida.
Realmente, nada está bom. Porque o que essas crianças e jovens
procuram é amor, atenção, orientação e ...disciplina.

Rememorando, o que tínhamos nós, os mais velhos, há uns
anos, de estímulos? Simplesmente: responsabilidade, esperança,
alegria. Esperança de que, se estudássemos teríamos uma profissão,
seríamos realizados na vida. Hoje os jovens constatam que se venderem
drogas vão ganhar mais. Para que o estudo? Por que numa época com
tantos estímulos não vemos olhos brilhantes nos jovens? Quem, dos mais
velhos, não lembra a emoção de somente brincar com os amigos, de ir
aos piqueniques, subir em árvores? E, nas aulas, havia respeito, amor
pela pátria.. Cantávamos o hino nacional diariamente, tínhamos aulas
“chatas” só na lousa e sabíamos ler, escrever e fazer contas com
fluência. Se não soubéssemos, não iríamos para a 5ª. Série.
Precisávamos passar pelo terrível, mas eficiente, exame de admissão. E
tínhamos motivação para isso.

Hoje, professores “incapazes” dão aulas na lousa, levam
filmes, trabalham com tecnologia, trazem livros de literatura juvenil
para leitura em sala-de-aula (o que, às vezes, resulta em uma
revolução), levam alunos à biblioteca e outros locais educativos
(benza, Deus, só os mais corajosos!) e, algumas escolas públicas onde
a renda dos pais comporta, até passeios interessantes, planejados,
minuciosamente, como ir ao Beto Carrero. E, mesmo, assim,
a indisciplina está presente, nada está bom.
Além disso, esses mesmos professores “incapazes” elaboram atividades
escolares como provas, planejamentos, correções nos fins-de-semana,
tudo sem remuneração;

Todos os profissionais têm direito a um intervalo que não
é cronometrado quando estão cansados. Professores têm 10 minutos de
intervalo, quando têm que se escolher entre ir ao banheiro ou tomar, às
pressas, o cafezinho. ( Professor de Educação infantil, não tem intervalo).
Todos os profissionais têm direito ao vale alimentação, professor tem que
se sujeitar a um lanchinho, pago do próprio bolso, mesmo que trabalhe 40 horas semanais.

E a saúde?
É a única profissão que conheço que embora apresente atestado médico, tem que repor horas aulas. Plano de saúde? Muito precário. Há de se pensar,
então, que são bem remunerados... Mera ilusão! Por isso, cada vez
vemos menos profissionais nessa área, só permanecem os que realmente
gostam de ensinar, os que estão se aposentando e estão perplexos com
as mudanças ocorridas no ensino nos últimos tempos e os que aguardam uma
chance de “cair fora”.
Todos devem ter vocação para Madre Teresa de
Calcutá, porque, por mais que se esforcem em ministrar boas aulas,
ainda ouvem alunos chamá-los de “vaca”,”puta”, “gordos “, “velhos”
entre outras coisas.
Como isso é motivante e temos ainda que ter forças para motivar.
Mas, ainda não é tão grave. Temos notícias, dia a dia, até de agressões a professores por alunos. Futuramente, esses mesmos alunos,
talvez agridam seus pais e familiares.

Lembro de um artigo lido, na revista Veja, de Cláudio de
Moura Castro, que dizia que um país sucumbe quando o grau de
incivilidade de seus cidadãos ultrapassa um certo limite. E acho que
esse grau já ultrapassou. Chega de passar alunos que não merecem.
Assim, nunca vão saber porque devem estudar e comportar-se na sala de
aula; eles passam sem estudar mesmo, diante de tantas chances, e com
indisciplina... E isso é um crime! Vão passando série após série, e
não sabem escrever nem fazer contas simples. Depois a sociedade os
exclui, porque não passa a mão na cabeça. Ela é cruel e eles já são
adultos.

Por que os alunos do Japão estudam? Por que há
cronômetros? Os professores são mais capacitados? Talvez, mas o mais
importante é porque há disciplina. E é isso que precisamos e não de
cronômetros. Lembrando: o professor estadual só percorre sua íngreme
carreira mediante cursos, capacitações que são realizadas,
preferencialmente aos sábados.
Portanto, a grande maioria dos professores está constantemente estudando e aprimorando-se.

Em vez de cronômetros precisamos de carteiras escolares,
livros, materiais, quadras esportivas cobertas (um luxo para a grande
maioria de nossas escolas), e de lousas, sim, em melhores condições e
em maior quantidade. Existem muitos colégios nesse Brasil afora que
nem cadeiras possuem para os alunos sentarem. E é essa a nossa
realidade! E, precisamos, também, urgentemente de educação para que
tudo que for fornecido ao aluno não seja destruído por ele mesmo

Em plena era digital, os professores ainda são obrigados a
preencher os tais livros de chamada, à mão: sem erros, nem borrões
(ô, coisa arcaica!), e ainda assim ouve-se falar em cronômetros.
Francamente!!!

Passou da hora de todos abrirem os olhos e fazerem algo
para evitar uma calamidade no país, futuramente. Os professores não
são culpados de uma sociedade incivilizada e de banditismo, e
finalmente, se os professores até agora não responderam a todas as
acusações de serem despreparados e “incapazes” de prender a atenção
do aluno com aulas motivadoras, é porque não tiveram TEMPO. Responder a
essa reportagem custou-me metade do meu domingo, e duas turmas sem as
provas corrigidas.