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Professor por profissão e idealismo. Discípulo de Jesus, um aprendente...

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Reflexão sobre eleições, Dilma ou Serra - e o posicionamento cristão e bíblico.

Particularmente, estou muito preocupado - e digo com muita sinceridade e temor, e, ainda respeito - com a onda tendencialista,de alguns pastores e líderes, que têm tomado posição nesse sentido, denunciando algumas "iniquidades", como se fosse possível, neste mundo separar o joio do trigo, sobre o que o próprio Jesus alertou que não seria possível. Se assim o fosse, poderíamos nos salvar aqui, e não precisaríamos de aguardar a segunda vinda de Cristo.
Outro senão, é que esse tipo de posicionamento redunda em posições de estreitamento racional, e não nos deixa ter uma mente transformada como é dito em Romanos 1.1 e 2.
Espero, sinceramente, que irmãos tratem irmãos como irmãos, e entendam que o fato de alguns tomarem decisões e posições diferenciadas das suas, nesse mundo presente, não vai, de forma alguma, diminuí-los, tornando-os anátemas, ou coisa assim.
Sinto-me muito decepcionado, pelo fato de que essas posições de pessoas de comportamento tenebroso como o foi na época de Collor, estejam voltando, com forma de piedade, e de profunda santidade, o que seria condenado de pronto pelo apóstolo Paulo, pela diversidade dos temas em suas Cartas, conforme se pode ver no texto abaixo.
Conclamaria a todos a pensar por si, e não simplesmente por áudios e vídeos difamadores, pretextando uma altíssima autoridade, quando a maior autoridade é a bíblica, vindo depois, a opinião e o aconselhamento pastoral, mas essa, de forma alguma isolada, como está ocorrendo atualmente.
Não tenho dúvida: toda opinião emitida por uma pessoa constituída de autoridade na igreja, vai soar de forma clara, como uma influência sem que o outro tenha, no mínimo, nesse caso, possibilidade de pensar por si, pois essa influência, pelo que já percebi, atua de maneira a não deixar espaço para reflexão.
Ora, isso nada mais é que um manipulação de ideias. E não posso concordar com esse tipo puro de direcionamento, de coisas que a Bíblia não nos autoriza a fazer, que é uma espécie de prognóstico, ou adivinhação, ou ainda uma "escatologia política" - ou algo muito próximo disso - e os três, com base bíblica, poderia dizer, são todos condenáveis por Deus.
Veja bem, circulou, a passos largos, pela internet, um boato (mentira) de que Dilma Roussef teria dito que "nem Cristo tiraria essa eleição dela" -lancei essa frase, tal como está, no Google, e, como resultado não achei nada dizendo que foi publicado pelo Jornal tal e tal... Não.... aliás, achei, sim, um link que me redirecionou para o YouTube, para um vídeo, mal feito, tentando tirar da boca da candidata, palavras que a incriminasse, também com legendas muito mal feitas, e que não diziam nada.
Enviaram-me um link de um blog católico, que tentava denunciar que a mesma candidata era a favor do aborto, colocando, ao lado da foto dela, uma criança que eles, os responsáveis pelo tal blog, esquartejaram para esse fim - desculpe o trocadilho, mas a foto foi toda manipulada mesmo, para se colocar um pedaço da criança em cada canto.
Estou triste, demasiadamente, por ver que os cristãos atuais não são como os de Bereia, que iam verificar se os fatos eram realmente assim...
Não sei se alguns vão ficar escandalizados com o que estou dizendo aqui, mas nos meus 34 anos de caminhada cristã, sempre abominei essa prática da necessidade de mentir e de inventar situações para convencer aos outros de que candidato A ou B tem parte com o diabo ou não....
Não estamos num mundo restaurado ou de arrebatados...
E acho, num certo sentido, não refletido o fato de dizerem alguns que não querem se compactuar com a iniquidade. Tudo bem - é até louvável. Mas tal postura não reflete a mesma sensibilidade pelo fato de que, por 500 anos, o Brasil tenha sido liderado pelos "grandes" e pelos políticos tradicionais com diplomas em Sorbonne, e tenham até hoje, submetido o País à continuidade da extrema pobreza, das doenças, da falta de hospitais, da falta de educação, e da falta de dignidade da pessoa humana, só para citar alguns aspectos - E isso também, não é iniquidade???
Como tais práticas poderiam ser classificadas, então???

Não conheço outra terminologia para categorizá-las...

Não há como fugir disso: toda posição no campo político direciona, inevitavelmente, o ouvinte ou o leitor para uma única posição. Até o que estou escrevendo define minha posição - somente que tenho que me esforçar em não forjar mentiras para manipular o outro, mas, ao mesmo tempo devo dizer - você procure ler, conhecer, debater mais - conheça as posições, as ideias, discuta com outros.. E isso não é o que palestrantes dos vídeos fazem. Você poderia argumentar – é.. mas estão falando da Bíblia. Eu digo: Não, não estão. Usaram um ou dois versículos como pretexto, fugiram do texto e nunca mais voltaram ao texto.... então, não é um estudo bíblico ou uma palavra que venha da parte de Deus.
Isso é uma ideologia partidária. Não consigo aceitar, me perdoem...

Ademais, vejam bem: já vivemos isso em períodos negros, de mentiras e perseguições políticas, seja em período da ditadura, seja em períodos de campanhas políticas, como já citei, a de 1989, que resultou no que já conhecemos da História.
Também essa prática de fazer terrorismo com questões que possam acontecer não tem base bíblica. Qualquer cristão, pastor líder, ou mesmo um cientista político, e que tenha um mínimo de esclarecimento, não vai aceitar essa prática como algo lícito - achar que um candidato é de Deus e o outro é do Diabo.
Já vai longe essa tendência - outra anomalia tupiniquim - de relacionar o governo atual com práticas socialistas, com Cuba, com a antiga Rússia - por favor, parem de menosprezar a inteligência, minha, dos demais irmãos, dos jovens e demais pessoas...
Estamos vivendo períodos de torpor, no sentido de criarem objetos de dissimulação da verdade - aí, sim, está uma prática que não vou aceitar de maneira nenhuma.
Meu voto não terá esse direcionamento, quero deixar claro, e esperar respeito, por não querer seguir pressões e patrulhamentos ideológicos, nem querer me submeter a tal tortura. Esta liberdade me é dada pela Palavra de Deus e pela Constituição Federal (artigo 5º e outros....)
Conclamo: Se receberem alguma coisa, leiam, pesquisem - o Google está aí para isso... Discutam com outros, conversem com várias pessoas. É assim que se forma opiniões.
Desculpem, outra questão, a que têm se referido muito, é a de fazerem referência a que, no governo atual, tem se buscado restringir a liberdade de imprensa.
Também não é verdade. A verdade é outra: é que não se deve acreditar tanto na imprensa como se acredita. Lembram-se, que no final do governo de FHC, a revista Veja estampava a moeda de 1 Real, sempre remendada... e agora, quer fazer acreditar que a política anterior é que era boa, sempre fazendo essas comparações? Veja está sendo, no mínimo, incoerente...
Bem, temos à frente dois candidatos. o certo, entendo, não é que algum pastor ou líder faça um "estudo" e dê todas as características daquele em que ele, por certo não votaria, e dizer simplesmente algo assim: "é muito perigoso", mas você vote no seu candidato, no que achar melhor...
Eu diria: Olhe, há, no mínimo, duas tendências, uma que entende que se deve fazer mais pelo social, com assistência social, e chama isso de distribuição de rendas; a outra, acredita na tese do chamado Estado mínimo, e é a favor de algumas privatizações, e de investir o mínimo do Estado para políticas públicas, ou, pelo menos, de forma, gradativa, reduzir as despesas do Estado na área social.

Evidentemente que isso é apenas um exemplo, essa lista pode e deve ser ampliada, com aspectos objetivos de cada um dos candidatos e da candidatura.

Com base nisso, cada eleitor, poderia pensar o que é melhor para si e para o País e definir seu voto.
Faço isso, com o firme propósito de que deixemos de ter uma postura de terroristas, altamente tendenciosa e de manipulação, não deixando espaço para reflexão e decisão, tão necessárias neste momento.
Continuarei respeitando as posições diferentes da minha, e espero, também que minha decisão seja, igualmente, respeitada.
Ressalto que minha posição, assim como a de muitos que, porventura, resolver votar em Dilma Roussef, não está baseado num estado de ignorância, de burrice, alienação ou qualquer outro epíteto dessa natureza.
Aprendi sempre a procurar respeitar as opiniões contrárias, ainda que possa divergir delas, mas buscar sempre manter o respeito.
Não me interessa o passado pré-histórico de infância ou juvenil de alguém. Todos têm direito à mudança, desde que tomem posição e permaneçam nela, essa é a definição de perseverança, e se aplica, inclusive a quem se converteu ao verdadeiro cristianismo.
Desejo que, nesse segundo turno, tenhamos uma campanha mais pacífica, democrática, de posições reais de candidatos - pois se continuarmos nesse caminho - e com a contribuição e prática, que nós, cristãos, estamos proporcionando - com certeza, com nossa contribuição, a campanha será do mais profundo "baixo nível".

Com esperança, e em Cristo,

Saulo A. Ferreira.

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