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quarta-feira, 9 de maio de 2007

Vanguardas Européias VI - Surrealismo




SURREALISMO (1924)




" Mandem trazer algo com que escrever, depois de se haverem estabelecido em um lugar tão favorável quanto possível à concentração do espírito sobre si mesmo. Ponham-se no estado mais passivo ou receptivo que puderem. Escrevam depressa, sem assunto preconcebido, bastante depressa para não conterem e não serem tentados a reter. A primeira frase, virá sozinha"
(André Breton)


A data do primeiro manifesto é 1924; antes disto André Breton, Louis Aragon e Philippe Soupault dirigiram a revista Littérature, onde se desenvolvia uma das técnicas surrealistas, preconizada pelos dadaístas: a escrita automática.

Por esta época, em 1920, Breton e Soupault publicaram juntos o primeiro livro utilizando esta técnica: Os campos magnéticos.
Dizia Breton: "A imaginação está a ponto de recuperar seus direitos". Neste sentido, podemos estabelecer certa ligação com o movimento romântico, apesar de o romantismo ter sido a expressão da arte burguesa por excelência.
O espírito que mergulha no surrealismo revive com exaltação a melhor parte de sua infância. (...) a infância onde tudo concorria, entretanto, para a posse, e sem acasos, de si mesmo. Graças ao surrealismo, parece que essas oportunidades voltam. (manifesto do Surrealismo)


Salvador Dali


Veja como exemplo de poesia surrealista "O Visionário", de Murilo Mendes, poeta brasileiro da década de 30 que aderiu ao movimento:


A mulher do fim do mundo
Dá de comer às roseiras,
Dá de beber às estátuas,
Dá de Sonhar aos poetas.

A mulher do fim do mundoChama a luz com um assobio,
Faz a virgem virar pedra,
Cura a tempestade.

Desvia o curso dos sonhos,
Escreve cartas ao rio.

Me puxa do sono eterno
Para os seus braços que cantam.
O surrealismo não se prendeu somente à poesia, mas se desenvolveu também no cinema, no teatro e na arquitetura.


Na pintura, seus maiores expoentes foram os espanhóis Salvador Dali e Juan Miró.


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